De volta aos estádios

Para muitas pessoas, a ida ao estádio era o principal ponto de contato com seu clube do coração. Durante o último ano, vimos essa relação mudar graças as arquibancadas vazias pelo mundo. Para a alegria de quem é fã de futebol, aos poucos a situação está melhorando e alguns países começam a reabrir seus estádios para receber os torcedores. Porém, com tantas mudanças no comportamento das pessoas, o que podemos esperar neste retorno?

Pensando nisso, a Oracle realizou uma pesquisa com consumidores da Austrália, Estados Unidos e Reino Unido para responder as principais dúvidas quando falamos em estrutura das arenas e experiência do fã. Vamos dividir aqui alguns dos insights que tivemos com o relatório.

Antes de entrar na experiência em si, vale entender o quanto os torcedores sentem falta da assistir seu esporte favorito ao vivo. 82% do público que respondeu a pesquisa diz sentir falta dessa experiência, com 28% admitindo voltar ao estádio assim que for seguro.

No entanto, as mudanças no comportamento das pessoas também devem afetar este tipo de evento. 60% do público prefere seguir normas de distanciamento social nos estádios, mesmo que o ambiente seja considerado seguro. Novas normas de saúde serão mais um desafio encontrado pelas equipes de operação dos estádios. 

Pré-jogo

O primeiro ponto que precisamos lembrar é que a experiência de ir ao estádio não inicia quando o torcedor chega ao local. Pensando nisso, os fãs desejam antecipar ao máximo o planejamento em relação ao deslocamento e ao consumo na arena. 57% dos torcedores desejam, por exemplo, agendar compras de bebidas e comida antes de chegar no estádio. No mesmo sentido, 61% dos fãs dizem que consumiriam mais se pudessem fazer a compra antes do evento.

Dentro do estádio

Já dentro do estádio, será preciso utilizar todos os canais de comunicação com o torcedor para proporcionar uma experiência única, considerando os diferentes tipos de público. Quando falamos dos millenials, 50% não se importaria em pagar mais caro por um acesso prioritário que evitasse filas. Já a geração Z se preocupa mais com a forma de pagamento, com 34% preferindo uso de tecnologias contactless.

Uma questão que tende a preocupar os gestores brasileiros é o uso da internet dentro dos estádios. A qualidade do sinal era baixa na maioria dos locais. No entanto, a internet será fundamental na retomada. No estudo, 38% das pessoas admitiram que preferem pedir por comidas e bebidas direto de um aplicativo, contra 22% que têm preferência pelo atendimento pessoal.

Pós-jogo

Partida concluída, acabou a experiência? Nada disso. 59% dos torcedores costumam sair para continuar comendo e bebendo depois do jogo. Aqui, a dica é construir relações com bares e restaurantes próximos. 55% dos fãs visitariam estes estabelecimentos se recebessem ofertas. Mais uma chance de ativar o contato com os fãs via aplicativo mobile.

A experiência de casa

Enquanto este momento não chega, existem oportunidades que podem ser trabalhadas para o público que assiste o jogo em casa. Estas experiências podem ser usadas inclusive quando os estádios voltarem a receber torcedores, pois é apenas uma pequena parte da torcida que comparece aos eventos.

O primeiro dado interessante é sobre o que mais faz falta aos torcedores. Segundo a pesquisa analisada, 49% sentem falta da atmosfera de um estádio, enquanto 20% lembram da sensação de comunidade ao interagir com outros torcedores. A partir dessas dores, startups podem pensar em soluções digitais que tragam tais sensações ao fã, mesmo ele estando em casa. A torcida virtual, que ganhou destaque na bolha da NBA em 2020, é um exemplo disso.

Foto: Divulgação

Com relação a comida, 43% das pessoas gostariam de pedir uma comida típica de estádio enquanto assiste o jogo em casa. Além disso, 51% gostariam de uma experiência que envolvesse os aplicativos de delivery, facilitando os pedidos durante a partida.

A hora da volta

         Com o número de casos do vírus diminuindo em alguns países, a federações planejam o momento certo para a volta dos torcedores. A Eurocopa, disputada entre junho e julho deste ano sem uma sede fixa, deve ser a grande oportunidade para isso, com algumas cidades já tendo confirmado que haverá público em algumas partidas.

         Budapeste é, por enquanto, a única cidade a confirmar capacidade total no estádio, equivalente a 67 mil pessoas. Em São Petesburgo e Baku a capacidade será de 50%, podendo aumentar se a situação nas cidades estiver melhor. Já Amsterdã, Bucareste, Copenhague e Glasgow confirmaram abertura de seus estádios entre 25% e 33% do público. 

         As partidas da fase de grupos que ocorrerem em Londres terão 25% de capacidade, mas as autoridades locais esperam que as condições de saúde melhorem até lá, podendo aumentar essa capacidade para as semifinais e a final do torneio. Sede da abertura, Roma também terá 25% do Estádio Olímpico liberado. Munique, Bilbao e Dublin ainda não confirmaram se abrirão suas arenas ao público, tendo a próxima segunda, 19 de abril, como prazo máximo para isso

Para os gestores, que estes dados sirvam de base para preparar uma experiência perfeita no momento da volta. Para os torcedores, que seja possível recuperar a atmosfera do estádio o mais breve possível.

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