Analisar o cenário de SportsTech na América do Norte. Este é o objetivo principal do Report Norte Americano de SportsTech, produzido pelos nossos parceiros da SportsTechX, com a versão em português disponibilizada pela Sportheca na última semana. Neste texto vamos destrinchar os valores do mercado, as principais cidades e uma tendência que chamou a atenção no último ano, as SPACs.
Em seu primeiro capítulo, o relatório traz os valores totais da indústria no último ano. Apesar da crise gerada pela pandemia, foi um período positivo para as sportstech da América do Norte. Foram quase US$ 2.5 bilhões de investimentos, considerando uma estimativa que inclui acordos ainda não divulgados. Este valor é o mais alto dos últimos cinco anos, mostrando uma forte valorização do setor. Os meses mais positivos foram janeiro, que deixou todos animados com o que viria pela frente, e setembro, ambos com investimentos ultrapassando a casa de US$ 500 milhões.
Apesar do report tratar da América do Norte como um todo, o destaque está mesmo nos Estados Unidos. 97% dos investimentos da região estão localizados apenas no país. Quando analisamos as cidades mais relevantes, Nova York mostra um destaque absoluto, com quase três vezes mais capital investido em startups da vertical de esportes do que São Francisco, a segunda colocada.
Considerando o top 10 de maneira geral, entendemos o motivo de a Califórnia ser o estado líder em investimentos no país neste setor. Além da já mencionada São Francisco, temos ainda Long Beach em terceiro, Santa Mônica em sétimo, Irvine em oitavo e Los Angeles em nono.
Para não ficarmos apenas nos Estados Unidos, Toronto é a única cidade de outro país entre os 10 primeiros, ocupando a quinta posição. Por outro lado, o México apresenta pouca representatividade no cenário, com a Cidade do México classificada apenas na 142ª posição.
Quando o assunto são as soluções, o público mais atingido pelas SportsTech norte americanas foram os atletas. Cerca de 49% dos investimentos foram feitos nas áreas de atividade e performance desde 2016, com fãs e conteúdo recebendo 30% e o subsetor de gestão e organização apenas 21%.
Já em um segundo momento, o report traz algumas tendências apresentadas no continente. Dentre estas, um tema chamou muito nossa atenção: as SPACs ou Empresas de Aquisição de Propósito Específico (Special Purpose Acquisition Companies).
As SPACs são empresas que têm como único objetivo levantar dinheiro para adquirir outras, sem vender ou produzir nenhum produto. Os fundos são levantados via IPO acelerado, e as empresas a serem adquiridas são inclusive desconhecidas no momento em que o montante é reunido. Este motivo fez com que o formato ganhasse o apelido de ‘cheque em branco’.
Em um 2020 de muita incerteza e volatilidade no mercado financeiro, com novas alternativas de investimento sendo buscadas pelos investidores para valorizar seu capital, as SPACs se destacaram. Foram 237 empresas estruturadas neste modelo, arrecadando cerca de US$ 80 bilhões, segundo o Yahoo Finance.
Mas como essas empresas se encaixam no mercado esportivo? Segundo o estudo da SportstechX, 42 destas empresas têm como foco organizações dedicadas ao esporte, com US$ 13,5 bilhões disponíveis para aquisições.
Outro ponto importante a ser levantado é a participação de atletas profissionais na formação de SPACs, fazendo o papel de investidores. Podemos citar os nomes de Serena Williams, Patrick Mahomes, Naomi Osaka e Robert Lewandowski. Além deles, proprietários de grandes equipes como Ted Boehly, LA Dodgers e Peter Guber, Golden State Worriors, acabam por validar esse tipo de investimento, que aos poucos vai perdendo seu rótulo de suspeito para se tornar uma opção inteligente.
Para o futuro, podemos esperar que estas empresas cumpram seu papel e adquiram startups de diversas verticais, inclusive do esporte. Mudanças no cenário global podem acontecer a partir da entrada deste dinheiro novo, assim como é a chance para que novas tecnologias sejam desenvolvidas.
Outra tendência apresentada foi relacionada ao mercado fitness. Como diz o próprio relatório, “Parecia que tudo o que as pessoas queriam fazer enquanto estavam presos em casa era treinar usando novos aplicativos e ferramentas diferentes.” A movimentação neste sentido foi tão grande que atraiu as grandes empresas de tecnologia, conhecida como FAANG: Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google. Cada uma de uma iniciativa diferente, com seu produto ou apenas especulação, mas todas apontando para os cuidados com a saúde.
O terceiro e último destaque ficou para o setor de betting, mais uma vez carregado pelos Estados Unidos. Cada vez mais estados estão legalizando as apostas esportivas. No momento da publicação do report, era possível apostar de forma legal em 22 estados. E as próprias ligas estão de olho nisso, com alguns acordos envolvendo NFL, NBA, MLB, NHL e MLS com empresas como DraftKings ou FanDuel. O relatório destaca que o crescimento das apostas faz com que se desenvolvam novas formas de conteúdo a partir disso, como uma transmissão das partidas totalmente personalizada para apostadores, uma oportunidade para canais e plataformas de streaming atingirem um novo público.
Estes são alguns dos insights que trouxemos a partir do Report Norte Americano de SportsTech. Baixe aqui o material completo, e saiba mais sobre o cenário desta região.