Sportainment, a união do esporte com o entretenimento. Um conceito ainda pouco falado no Brasil, mas que precisa fazer parte da estratégia de qualquer entidade esportiva que queira atuar no mercado daqui para frente. Aproximar o esporte do entretenimento, entendendo as formas de consumo das novas gerações, será fundamental para atrair a atenção do público. A partir de agora, a os concorrentes do futebol, vôlei e basquete são as plataformas de streaming e vídeo games, por exemplo.
O report Google Sports Study – Os brasileiros e o esporte, traz uma seção exclusiva para falar de Sportainment. Um dos pilares desta mudança é o consumo de conteúdos digitais, justamente o foco do relatório. Neste sentido, a TV aberta ainda é o principal canal de informação dos brasileiros. No entanto, redes sociais, sites e plataformas de streaming vem ganhando seu espaço. 80% dos consumidores dizem que vídeos online oferecem conteúdos que não encontram na TV, aponta o estudo.
Produção de conteúdo digital
O YouTube, plataforma do próprio Google, foi quem mais ganhou relevância em termos de conteúdo esportivo no último ano. A facilidade de assistir aos conteúdos inclusive na tela da TV contribuiu muito para isso. Segundo o relatório, 40 milhões de pessoas assistem ao YouTube em suas telas de TV no Brasil. Mais de 10 mil horas de conteúdo relacionado a esporte foi produzido em novembro do último ano. Para não ficar com um único exemplo, outro canal digital a ganhar espaço na rotina do público foi o Instagram.
De onde vem o crescimento destas plataformas? Principalmente em relação ao YouTube, podemos falar da diversidade de conteúdo, capaz de atingir diversos públicos e suas diferentes preferências. Melhores momentos, documentários, humor esportivo, review de produtos e transmissões de jogos ao vivo foram alguns dos formatos destacados no report.
Essa diversidade também possibilitou que esportes de nicho, com um conteúdo realmente específico, encontrassem seu espaço dentro do mercado. Canais de Tênis de Mesa, CrossFit e Xadrez, que teriam pouco ou nenhum espaço em veículos de mídia tradicionais atingem mais de um milhão de inscritos, por exemplo.
Para que serve o conteúdo?
Segundo a pesquisa, os brasileiros assistem aos conteúdos do YouTube para relaxar e descontrair, entretenimento e “tempo para si”. Estas razões, além da diversidade de conteúdo, evidencia mais uma característica do sportainment: consumir o esporte 24 horas por dia, 7 dias por semana. Muito além do tempo de uma partida.Mais uma tendência deste novo momento que vive a indústria do esporte é a mudança na forma como os fãs se posicionam no mercado. Anteriormente, o torcedor assumia um papel apenas de receptor das informações relacionadas ao seu esporte favorito. Atualmente, estes possuem um papel ativo, sendo produtores de conteúdo relacionado com futebol, basquete, ciclismo, automobilismo e demais modalidades.
O papel dos fãs
As redes sociais têm um papel fundamental nesta mudança, dando voz aos fãs. Tanto o Instagram quanto o YouTube ajudam a estabelecer uma conexão real com quem assiste, favorecendo formatos como “reacts”. Segundo o relatório do Google, 59% da audiência do YouTube acredita que a plataforma é feita por pessoas como eles, trazendo ainda um sentimento de inspiração naqueles que consomem este conteúdo.
Essa aproximação entre creators e fãs permite ainda que exista uma interação verdadeira entre as duas partes, com participação direta do público nos conteúdos produzidos. Isso faz com que o espectador se sinta parte de uma comunidade. Sua participação em micro decisões o insere naquele ambiente, fazendo com que seu engajamento permaneça sempre em alta.
Entender as necessidades dos fãs e entregar experiências que fiquem em sua memória é o grande objetivo do sportaiment. Os insights do relatório do Google indicam que o caminho está nas plataformas digitais, possibilitando uma proximidade maior com os fãs.
Cabe aos players do mercado esportivo aproveitarem este mercado ainda em crescimento para engajar cada vez mais com seus torcedores. Tendo o conteúdo diário como ponto de partida, muitas oportunidades surgem, tanto para os próprios produtores, quanto para startups e empreendedores que queiram entrar no mercado.